Jovens sem vacina: estudo aponta que 45% dos adolescentes têm receio de se vacinar contra HPV e meningite

Sábado (23) é o Dia D de mobilização em MG; campanha segue até o dia 29

É difícil achar um espaço vazio na caderneta de vacinação de Bernardo Moreira, de 14 anos. Morador do bairro Heliópolis, na região Norte de BH, o estudante é um exemplo para outros meninos e meninas da mesma idade. Entre as marcações estão as doses contra o papilomavírus humano (HPV) e a meningite meningocócica ACWY, que fazem parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde. “Fico tranquilo, porque sei que estou imunizado contra essas doenças, que podem ser muito graves e até matar”, diz.

Apesar da importância da imunização citada por Bernardo e confirmada por autoridades de saúde, há muitos adolescentes que não estão se vacinando contra as duas doenças. Dos 922 jovens ouvidos em um levantamento, 422 (45,78%) já resistiram ou tiveram medo ou dúvidas se deveriam se vacinar contra HPV e meningite meningocócica. Já 197 (21,33%) chegaram a recusar receber os imunizantes. O estudo foi feito por pesquisadores do Observatório de Pesquisa e Estudos em Vacinação da Escola de Enfermagem da UFMG, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

“Infelizmente não é um fenômeno que se restringe a essas duas vacinas, é uma hesitação generalizada em relação a qualquer tipo de imunizante. Há desconhecimento sobre a segurança e a efetividade das vacinas. Também existe proliferação de informações contraditórias. Apesar de todos os pontos positivos das vacinas, ainda é um tema que gera desconfiança”, explica Fernanda Penido, professora da Escola de Enfermagem e coordenadora da pesquisa.

Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, reforça a importância de os adolescentes se vacinarem contra essas doenças, que podem ser fatais: “O HPV é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), causadora de cânceres como o de colo de útero, enquanto a meningite meningocócica é causada por bactéria e pode evoluir para infecção generalizada”, explica.

Coletividade
A baixa imunização fez a SES-MG organizar a Campanha Estadual de Vacinação, para atualização da caderneta de imunização de menores de 15 anos e contribuir para o controle e a erradicação de doenças imunopreveníveis. A ação teve início no último dia 4, e haverá um Dia D de mobilização estadual no sábado (23), que segue até sexta (29).

Diálogo dentro de casa é fundamental
Por ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o HPV é um tabu para certas famílias. A resistência de pais em vacinar os filhos e até em conversar sobre o assunto precisa ser contornada, analisa o subsecretário Eduardo Prosdocimi. “Há muita gente que acha que, a partir do momento que o filho tomar a vacina contra o HPV, ele vai iniciar a vida sexual. É mentira. A vacina apenas vai evitar que o adolescente contraia a doença, que pode causar diversos tipos de cânceres”, adverte.

Na casa de Bernardo, a mãe dele faz questão de manter a vacinação do filho em dia: “Não só por me preocupar com a saúde do Bernardo, mas também por ter consciência de que vivemos em sociedade e de que essa ação contribui para a erradicação de doenças. É o meu papel como mãe”, afirma a analista de relacionamento Luciene Dutra, de 45 anos.

Ela conta que o tema ISTs é abordado com tranquilidade dentro de casa. “Conversamos abertamente e com frequência, principalmente sobre prevenção. Ele é tímido para perguntar, mas costumo provocar as conversas e deixo claro que estou à disposição para tirar dúvidas. Sempre explico sobre a doença, a necessidade da imunização e as possíveis consequências de não tomar (a vacina). Ele entende muito bem essa importância e toma (o imunizante) sem resistência”, diz Luciene. (JP)

Dados alertam sobre problema
A cobertura vacinal acumulada (2014 a 2023) da vacina contra HPV em meninas foi de 84,08% na primeira dose e de 68,96% na segunda. Entre os meninos foi de 61,15% e 41,37%, respectivamente. No caso da vacina ACWY, a cobertura vacinal acumulada (2019 a 2022) foi de 76,50% entre adolescentes de 10 a 14 anos. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Minas. A meta recomendada para os dois imunizantes é de 80%.

Método
O estudo foi feito por meio de questionário estruturado online, preenchido por adolescentes de 9 a 19 anos, entre 15 de agosto de 2023 e 12 de abril de 2024, sob autorização de pais ou responsáveis.

Fonte:
https://www.otempo.com.br/cidades/2024/11/22/jovens-sem-vacina--baixa-imunizacao-e-ligada-a-medo-e-duvidas--d


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